Atuar e depressa

Atuar e depressa

17.09.2020

Pobreza endémica, ganância económica, fragilidade institucional, catástrofes naturais e “terrorismo sob a capa da intolerância religiosa, combinadas de formas que permitem diversos ângulos de análise, criaram um contexto de crise humanitária na província de Cabo Delgado”, descreveu Carlos Zorrinho durante o debate sobre a situação em Moçambique que decorreu no Parlamento Europeu.

“Os números conhecidos de ataques e de vítimas civis e as imagens que circulam sobre as atrocidades cometidas são chocantes”, afirmou o Copresidente da Assembleia Parlamentar África, Caraíbas e Pacífico/ União Europeia (ACP/UE).

O deputado observou que a resolução conjunta, de que foi negociador, “explicita de forma concisa, mas objetiva, as razões porque temos que atuar e depressa”, para de seguida acrescentar que “não podemos refugiar-nos na desculpa da complexidade da situação para abandonar o povo de Cabo Delgado”.

Ação articulada “sobre as raízes do problema, mas no imediato temos que responder à urgência humanitária com que nos confrontamos”, afirmou Zorrinho.

O deputado reforçou ainda a ideia da necessidade de um “diálogo multilateral” entre a União Europeia e o governo de Moçambique, bem como as organizações políticas e económicas regionais. Um diálogo que “deve ser aprofundado, funcionando também como um catalisador para encorajar o diálogo entre as autoridades nacionais e a sociedade civil”.

“Os Estados também têm um papel a desempenhar; felizmente Portugal, através do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, tem desempenhado esse papel. Que sirva de exemplo e seja também motivador para o trabalho que todos temos de prosseguir”, acrescentou.